Levante das Árvores (2019) foi uma intervenção artística coletiva que surge como resposta simbólica às árvores derrubadas pelaS queimadas na região amazônica. No Dia Internacional da Árvore, em 21 de setembro, uma floresta de mulheres e crianças se ergueu no coração da cidade de São Paulo, criando um corpo coletivo vegetal que se move em manifestação performática.
Reconhecendo que as árvores, seres enraizados, não podem se deslocar para reivindicar por sua preservação, essas mulheres e crianças emprestaram seus corpos como voz e presença, dando forma a um protesto sensível e potente. O cortejo performático propôs um deslocamento das lógicas de embate predominantes na cidade, revelando corpos-árvore que carregam em si a pulsação da vida e da resistência.
A manifestação rompe com discursos agressivos e convoca outras formas de existir e protestar — aquelas guiadas pela sutileza, pelo acolhimento, pelo cuidado e pela empatia. O gesto coletivo cria um espaço de escuta e presença, convidando o público a olhar para o outro e para si, reconhecendo a interdependência entre humanos e o mundo vegetal e questionando as dinâmicas de destruição que ameaçam nossas florestas e nossos próprios corpos.